sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A Velha Guarda (1955)

Gente, olha esse disco! Coloco-o no altar mais alto desse blog! Aí eu penso de dentro da minha ignorância como um bolachão desses nunca entrou nessas infames listinhas dos "melhores discos da história da música brasileira"? A idéia que a posteridade renderá graças eternas de reunir essa turma foi do então cantor e famoso radialista Almirante. Esse verdadeiro congresso titânico aconteceu em 1954 quando o entusiasta do rádio reuniu gente como Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Benedito Lacerda e Ismael Silva (é mole?!) no que ficou conhecido como o Primeiro Festival da Velha Guarda da Radio Record em São Paulo. Vale lembrar que o Grupo Velha Guarda que já contava com Pixinguinha, Donga e João da Baiana, já existia desde 1930 mas nunca havia alcançado tamanha evidência na mídia, tendo até então gravado apenas discos de 78 rpm. Mas reunida a turma absurda, apresentaram-se no Teatro Colombo, no Clubinho dos Artistas e ao ar livre no Ibirapuera num show histórico. Espetáculo que (acreditem!!!) foi registrado em película e transformnado num documentário de 10 minutos. Um dos maiores documentos históricos da nossa da tão fraca memória brasileira. O pequeno rolo ficou desaparecido por 50 anos (só no Brasil mesmo), só chegando ao público em 2006. Aí as imagens rodaram o mundo alagando salões de pomposos festivais e cinemas com lágrimas e muita secreção salivar. Bom, mas semanas depois de arrasarem São Paulo, os chorões estavam no Rio também provando que aquela reunião interestelar de relíquias era verdade. Era a nobreza máxima reunida ali naqueles anos 50. Gravaram 3 LPs de 10 polegadas. Este que aqui está a sua frente, passivo ao lado do seu wnamp é o primeiro. Nele você vai ouvir Pixinguinha extraindo resíduos atômicos de seu sax e arranjando com maestria aquilo que criou: a música brasileira. Vai chegar aos seus ouvidos também o lendário ponteado de Donga. Cordas rebeldes submissas ao toque milenar do ex-8 Batutas. E meu João da Baiana proferindo suas aulas rítmicas ao pandeiro, prato e faca, ganzá e surdo. A essas estrelas maiores juntaram-se Alfredinho (veterano do flautim), Bide (flautista que põe fogo na casa em Honória), Ruben, Mirinho, Lentini (os três violonistas soberbos), Waldemar (cavaquinho) e o saudoso Almirante aqui soltando o gogó apenas pela honra de estar ao lado de tão ilustríssimos senhores. Agora imagine essa galera reunida nas gravações! No encarte você lerá que o disco saiu de uma sessão só de 4 horas irresistivelmente descontraídas e regadas a alguns goles de cachaça. Assim são feitos os clássicos meus amigos! Aproveite!

Discão que beixei pela primeira vez no Soulseek, mas já anda aparecendo nos blogs por aí. Mais que na hora de ganhar os pcs de todo o mundo. Esse que você vai baixar foi de um link tirado do Loronix. Que no quesito nostalgia brasileira é o maior blog da internet.

baixe esse disco que diz o seu Manoel, não pára de tocar lá em Pasárgada.

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